21 de março de 2017

Post Nº 70 - Convite para 30 Convívio BCAÇ 2884 - Lourinhã

Manuel Cármine Resende Ferreira
Alf. Mil. Art. em Jolmete (Pelundo – Teixeira Pinto)
CCAÇ 2585 – BCAÇ 2884

 
















BAT CAÇ 2884 – MAIS ALTO









CCS e C CAÇ 2586 – PELUNDO

C CAÇ 2584 – CÓ   -   C CAÇ 2585 - JOLMETE

Amigos, camaradas, camarigos, companheiros, ... irmãos da luta,
estivémos todos do mesmo lado, e os que ainda restamos desta caminhada da vida e com alguma saúde e que queríamos era o nosso regresso que aconteceu em 2 de Março de 1971, temos agora uma oportunidade, que direi das poucas que nos restam, para nos reencontrarmo-nos.

Este ano celebramos o 30º Convívio, na Lourinhã. Vamos comparecer em força. Notem que eu disse CONVÍVIO e não almoço. Almoçar... almoçamos todos os dias.

Temos organizadores novos, com valor, mas pela falta de prática, esqueceram a ementa no folheto das cartas. Isso não conta, pois algo se comerá, e dada a zona (Lourinhã), ... não será mau. De qualquer maneira eu vou publicar aqui a ementa, logo que a receba.

Inscrevam-se, reservem quartos com antecedência para os que querem ficar para o dia seguinte, enfim, não se esqueçam é de comparecer.

Eu, Manuel Resende (o Alf. Ferreira de Jolmete), gostaria de ver muitos participantes da C. CAÇ 2585 de Jolmete. Queria criar o núcleo para desenvolver um convívio anual só da nossa Companhia. Para isso ... inscrevam-se.

A seguir publico a carta enviada por correio, que recebi hoje, para inscrições.
Chamo à atenção, pois o NIB  aqui publicado no blog está certo, mas nas cartas recebidas está mal, por gralha da impressão. Nesta carta que publico já está corrigido, e é:


 PT50 0035 2146 0000 4051 3305 6











Manuel Resende

Publicado por Manuel Resende (Ferreira)

14 de março de 2017

P Nº 69 - O "Fanado" na Guiné-Bissau

José Alexandre Marreiros Alves
Fur. Mil. em Jolmete (Pelundo – Teixeira Pinto)
CCAÇ 2585 – BCAÇ 2884

 















FANADO NA GUINÉ-BISSAU


Estive em Jolmete e assisti a esta festa ... a do "fanado", ou seja, à apresentação pública dos então meninos e meninas e que agora vêm como rapazes e raparigas crescidos. Em suma retiraram-lhes a virgindade aos moços e os lábios e clitóris às miúdas. Era tradição na altura, espero que hoje isso já não exista.











A propósito das fotos que anexei nesta publicação sobre o "fanado", aqui vos deixo, principalmente para os mais ignorantes na matéria, um documentário e fotos Paula da Costa – consultora MGF (Mutilação Genital Feminina) na Guiné-Bissau.


Diz ela:
... Na Guiné-Bissau todos os grupos étnicos realizam o Fanado (ritual de iniciação). Para os rapazes ou homens, depende de cada grupo, o Fanado culmina com a circuncisão. Alguns grupos étnicos têm o Fanado das meninas ou jovens mulheres. Nos grupos islamizados o Fanado das meninas culmina com o “corte” (mutilação genital feminina). Em vários grupos o tipo de corte também é diferenciado: remoção total ou parcial do clítoris.
.... O Fanado realiza-se, normalmente, na floresta – em sítios isolados – onde nenhum elemento da comunidade pode entrar durante o período do ritual – 4 a 5 semanas. Nos centros urbanos o Fanado é realizado nos bairros na periferia das cidades e longe das habitações. O Fanado é efectuado em terreno sagrado e com a participação e aceitação de várias divindades locais.
.... O Fanado tem os seus próprios protectores espirituais que terão como função não permitir a entrada de pessoas estranhas ao ritual nem de forças malignas. As Fanatecas (excisadoras femininas) e os Fanadores (homens que fazem a circuncisão) são os instrumentos desta ligação entre o mundo real e o mundo espiritual. Durante esse período os jovens ou crianças adquirem conhecimentos sobre a vida, normas de comportamento dentro da família e da comunidade. 
Reforça-se o grupo de pertença e as questões étnicas e culturais. Muitas vezes os participantes nos Fanados (crianças, jovens ou adultos) são alvo de violência física e psicológica, como forma de preparação para a vida adulta. A casa que é construída para o Fanado, “Barraca”, e as esteiras utilizadas no Fanado são queimadas no fim do ritual. A família é o suporte económico do Fanado: alimentação, roupas, pagamento às pessoas responsáveis no Fanado. Toda a comunidade está envolvida neste ritual de iniciação. 
O pagamento é feito através de dinheiro ou de bens: arroz, sabão, panos, etc. Este pagamento é uma parte importante e fundamental para o rendimento económico das famílias das Fanatecas (excisadoras). A participação no Fanado dá às crianças e aos jovens ou aos adultos um estatuto mais elevado dentro do seu grupo étnico. Também lhes possibilita ter acesso a outros níveis de escalões etários – que lhes são vedados ao não participarem nestes rituais.
 ... A entrada na casa do Fanado é feita através do chamamento de tocadores de tambor que circulam pelas aldeias ou pelos bairros. 
... Dentro do Fanado há uma cumplicidade entre os participantes e também um pacto de silêncio do que se passa lá dentro. Muito raramente uma pessoa fala do que aconteceu a si próprio ou aos outros. É um assunto tabu. Mesmo quando há informações de morte dentro do Fanado – as pessoas não relacionam essa morte com o acto da mutilação genital feminina ou circuncisão. Normalmente as justificações para essa morte são de carácter místico externo ao Fanado – intervenção de forças estranhas ao Fanado. Esta forma desresponsabiliza qualquer pessoa que tenha tido intervenção directa ou indirecta na morte. Quando termina o Fanado as crianças, jovens ou adultos são entregues à comunidade numa grande festa colectiva da passagem ritualista. Os participantes recebem presentes dos familiares e da comunidade. Em Abril de 2010 reiniciou-se um projecto na Guiné-Bissau de luta contra a MGF (Mutilação Genital Feminina), incluindo, agora, 5 ONGs Guineenses e com o apoio da ONG alemã, WFD – Weltfriensdienst. Este projecto chama-se “Djinopi” que significa “Vamos para a frente”.

Paula da Costa – consultora MGF – Guiné-Bissau


















Marreiros Alves (ex-Furriel)


Publicado por:
Manuel Resende (Ferreira)




2 de novembro de 2016

Post Nº 68 - Os nossos Mortos


Manuel Cármine Resende Ferreira
Alf. Mil. Art. em Jolmete (Pelundo – Teixeira Pinto)
CCAÇ 2585 – BCAÇ 2884

















Camaradas e amigos,
Não posso deixar passar este dia 02-11-2016, sem lembrar os nossos mortos, os da nossa companhia, a CCAÇ 2585 de Jolmete, "AQUELA MÁQUINA". Assim lembro:

Mortos em 27-05-1969 em Jolmete:
António Barbosa, Soldado
João Silva, Milícia
Estes dois combatentes morreram vítimas de acidente com arma de fogo, ao chegar ao quartel, depois da operação de segurança ao regresso da Companhia CCAÇ 2366. A granada da basuca, ao ser retirada caiu pelo tubo e explodiu. Além dos mortos citados, houve muitos camaradas que apanharam estilhaços, inclusive, o Sr. Alf. Mil. Almendra, mais tarde Comandante de Companhia. Ainda hoje tem o estilhaço no ombro.

***

Mortos em 22-07-1969 em Jolmete:
Indibe Sambú, Soldado
Dante Cadi, Milícia
Um soldado nativo e um milícia, mortos numa emboscada. Tiveram azar pois foram apanhados por uma roquetada de RPG2 ou 7. Embocada em U em que nós entrámos onde não devíamos ter entrado. Estavam à nossa espera, não houve hipótese de fuga.

***

Mortos em 20-04-1970 em Jolmete:
Joaquim João Palmeiro Mosca, Alf. da CCAÇ 2585, comandante do Pelotão de Nativos 59, e destacado para o CAOP em Teixeira Pinto. Assassinado pelo PAIGC em Jolmete, juntamente com os Srs. Majores:
Passos Ramos
Magalhães Osório
Pereira da Silva
e três elementos nativos:
Mamadú Lamine
Aliú Sissé
Patrão da Costa

***

Lembro também:
Fernando José Ferreira Vinagre, 1º Sargento
Albertino de Sousa Ribeiro, 2º Sargento
João Fernando Pereira, 1º Cabo


Espero que todos tenham um repouso condigno, e que, onde estejam, zelem pelos seus camaradas de armas, que bem precisam.


28 de setembro de 2016

Post Nº 67 - Monumento aos ex-combatentes

José Rodrigues Firmino
Sol. Atir. em Jolmete (Pelundo – Teixeira Pinto)
CCAÇ 2585 – BCAÇ 2884



















Monumento aos ex-combatentes em Armamar


O concelho de Armamar não esqueceu os seus filhos.
Muitos que nunca quiseram nem desejaram uma guerra, para lá foram empurrados.
Para que conste, fica a foto do monumento mandado edificar pelo Ex.º Presidente do Município de Armamar, Dr. João Paulo Carvalho Pereira da Fonseca.
Um obrigado de todos os ex-combatentes a todo o executivo, como se pode ver na foto de inauguração a 25 de Abril de 2016.


José Rodrigues Firmino (à direita), com Ramiro Fernandes Silva


Dia da inauguração. Do lado esquerdo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Armamar. 
Do lado direito Artur Pombinho Lucena, Presidente do Núcleo de Lamego da Liga dos Combatentes.


Ramiro Silva à conversa com Artur Pombinho Lucena, Presidente do Núcleo de Lamego da Liga dos Combatentes.


Deolinda Firmino e Ramiro Fernandes da Silva  a cantar o hino da Liga dos Combatentes


Cumprimento de agradecimento ao Sr. Presidente da Câmara Municipal de Armamar


Foto de Família






 José Rodrigues Firmino


Publicado por:
Manuel Resende (Ferreira)