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12 de outubro de 2015

Post Nº 38 - Futebol, coraminas e não só ... (11)

Augusto Silva Santos
Fur. Mil. da CCAÇ 3306 em Jolmete (Pelundo - Teixeira Pinto)














11 - Futebol, coraminas, e não só…

Na sequência do comentário a uma das minhas estórias sobre Os Fidalgos do Jol (P10286 – O Tarzan do Jol, no Blog "Luís Graça & camaradas da Guiné" ) por parte do nosso camarada e amigo Manuel Carvalho (que tal como eu também passou por Jolmete), mais propriamente sobre a “pica” que lhe deu depois de tomar uma das famosas pastilhas de coramina, veio-me à lembrança um episódio de certa forma relacionado com as mesmas.

Estando a aproximar-se o final da comissão e, já com os índices de saturação a roçar os limites, o que era perfeitamente natural, alguém resolveu promover (não sei se em boa hora) um “campeonato” de futebol entre Grupos de Combate, na tentativa de suavizar a situação.

Pelo que tenho tido oportunidade de ler no blogue (Luís Graça & camaradas da Guiné), esta era uma prática comum em praticamente todas as unidades, infelizmente nem sempre com os resultados finais mais desejáveis, que deveriam ser de descontracção, distracção e sã camaradagem. É que jogo é jogo, e ninguém gosta de perder nem a feijões.

O “campeonato” lá foi decorrendo de acordo com a disponibilidade dos Grupos, com uns jogos mais “quentinhos” com o aproximar da parte final e, nalguns casos, a acabar prematuramente, face ao número de expulsões.

Eram discussões muito acaloradas que, só por mero acaso, por vezes não davam mesmo em confrontação física. Se isto ainda acontece com profissionais nos dias de hoje, não era de admirar que, num cenário daqueles, com o pessoal psicologicamente bastante afectado, não tivesse também acontecido. Felizmente que, na maioria dos casos, se tratou apenas de jogos assim mais para o “durinho”.

É aqui que entram as famosas “pastilhas quadradas”, se não me falha a memória embrulhadas em prata, e que eram muito famosas entre grande parte dos “atletas seleccionados”. Nos dias dos jogos era vê-los à socapa dirigirem-se até à enfermaria, em diálogo mais ou menos disfarçado com os seus camaradas daquele sector. Depois de “emborcarem” umas coraminas, era vê-los correr, por vezes mais do que a própria bola. Quase parecia mais atletismo do que futebol.

Num desses jogos em que fui convidado a participar, tive a infelicidade de provocar um incidente, por sinal com aquele que considerava ser o meu melhor amigo em Jolmete. Ainda me lembro que, dos meus 1,82 de altura e mais ou menos 80 quilos de peso, e a jogar a defesa central, vejo uma figura franzina (por certo com menos uns 20 quilos que eu) vir direita a mim para disputar uma bola lá nas alturas mas, ao chocar comigo, foi projectada devido ao impacto, e eis que o Cabo “Bigodes” cai desamparado no “relvado” de terra batida, gritando de dor.

Não era para menos, pese embora de início julgarmos ser um pouco de teatro, do tipo que os jogadores profissionais nos habituaram, mas infelizmente não era o caso, pois rapidamente se chegou à conclusão que acabara de partir a clavícula ao meu amigo Borges.

Dali para a frente não quis participar em mais nenhum jogo, pois foi um acontecimento que marcou durante bastante tempo, mas obviamente muito mais a ele que teve de andar de braço ao peito durante algumas semanas. Mais tarde, já na “peluda”, viria mesmo a ter de ser operado, tal foi o estrago que lhe provoquei no ombro.

Felizmente que este “pequeno” incidente em nada alterou a amizade que iniciámos em terras da Guiné, bem antes pelo contrário, pois perdura até aos dias de hoje.


 61 - Jolmete - Julho 1972 Convívio com o pessoal do Pelundo


75 - Jolmete -  Outubro 1972 Convívio


76 - Jolmete - Outubro 1972 Convívio


81 - Jolmete - Novembro 1972 Convívio




28-08-2012
Augusto Silva Santos


Publicado por
Manuel Resende (Ferreira)