Manuel Cármine Resende
Ferreira
Alf. Mil. Art. em
Jolmete (Pelundo – Teixeira Pinto)
CCAÇ 2585 – BCAÇ 2884
Caros amigos da minha
companhia 2585 de Jolmete, como está escrito no texto de abertura do nosso
blog, este destina-se a publicar estórias passadas em Jolmete ou de quem por lá
passou. Assim, apelo a todos os que por lá passaram, inclusive Companhia de
Comandos que tinham soudades do cheiro a pólvora, como eles diziam em Outubro
de 1969, quando lá estiveram, que mandem trabalhos para publicação aqui no
nosso blog. Mas só estórias de Jolmete, porque das outras, já há muitas.
Publiquei, há dias, uma
estória do Veríssimo Ferreira, que passou por lá na noite do 1º fogo de
artifício em Jolmete. Se este não foi o 1º, qual terá sido? Digam...
E o segundo? Quando terá
sido?
Amigo Manuel Carvalho,
sei que pouco tempo antes de lá chegarmos Maio de 1969, tinha havido um ataque
ao quartel com canhão sem recuo, ainda vimos um abrigo danificado. Será que
esse foi o segundo, ou terá havido mais ataques antes?
Neste sentido, vou
publicar algumas estórias do Augusto Silva Santos, que em rendição individual
da CCAÇ 3306, Companhia que nos substituiu, por lá passou algumas amarguras,
mas que por SORTE veio são e salvo.
Augusto Silva Santos
Fur. Mil. da CCAÇ 3306
em Jolmete - (Pelundo-Teixeira Pinto)
1 - Venha a Marinha
A primeira estória que
vos passo a relatar, embora não tivesse estado pessoalmente presente, foi-me
contada de viva voz por alguns elementos e inclusive pelo próprio protagonista,
passou-se muito perto do local onde foram barbaramente assassinados os oficiais
que estariam algum tempo antes a negociar a paz no Chão Manjaco, local mais ou
menos assinalado de possível passagem dos guerrilheiros do PAIGC.
Sabendo o Comandante de
Companhia dessa situação, era habitual mandar emboscar nas proximidades dois
grupos de combate (normalmente emboscadas nocturnas), sendo que numa das
ocasiões, e já de dia, se estabeleceu mesmo contacto com o inimigo. Se não me
falha a memória, nesse contacto foi mesmo feito um prisioneiro que se
encontrava ferido. Tendo as nossas tropas ficado durante algum tempo debaixo de
fogo, o Alferes que na altura as comandava, apressou-se a solicitar apoio
aéreo, sem que no entanto (segundo algumas opiniões) tal se justificasse, pois
o contacto teria sido breve e o pequeno grupo do inimigo se dispersado
rapidamente.
Ora estando o tal
Alferes excitadíssimo (aos berros) a pedir o apoio em questão e, tendo o
contacto já acabado, um dos Soldados que o acompanhava de perto sacou-lhe o
rádio das mãos e disse alto e bom som: - Já agora mandem a Marinha também!
Como devem calcular,
este episódio foi durante algum tempo objecto de comentários mais ou menos
jocosos por toda a Companhia.
Jolmete 1971.jpg
Jolmete 1972.jpg
Jolmete Fevereiro 1972 Quartel.jpg
Jolmete Janeiro de 1972 na Tabanca.jpg
30-06-2012
Augusto Silva Santos
Publicado por
Manuel Resende
(Ferreira)