Augusto
Silva Santos
Fur.
Mil. da CCAÇ 3306 em Jolmete (Pelundo – Teixeira Pinto)
2
- A Noite da Hiena
Havia
rumores (através da população) de que poderia estar para breve um possível
ataque ao nosso quartel, daí que se acentuasse a nossa vigilância noturna e se
redobrassem alguns cuidados.
Foi
numa dessas noites longas que, após ter saído da messe e, me ter dirigido para
o meu abrigo, ainda com as calças na mão e já de chinelos prontinho para me
deitar, somos todos surpreendidos por uma curta rajada, com todo o pessoal de
G3 em punho, em trajos menores e com algumas quedas pelo meio, a correr para a
vala.
Rápida
foi notícia de que alguém que tentava ultrapassar o arame farpado, havia sido
abatido. Passaram no entanto alguns minutos (que mais pareceram uma eternidade
à espera de um possível ripostar por parte do inimigo) sem que felizmente nada
se registasse.
Organizado
todo o esquema para se verificar o que efectivamente tinha dado origem aos
tiros, lá se chegou à conclusão que o inimigo não era mais do que uma hiena
que, por motivos óbvios, se havia aproximado em demasia do curral das vacas, e
que tinha sido abatida por um dos sentinelas.
Não
passou de um valente susto, aquela que ficou conhecida como a noite da hiena.
Jolmete - Janeiro 1972 A minha lavadeira.jpg
Jolmete - Fevereiro 1972 Tabanca.jpg
Jolmete - Março 1972 Entrada do Quartel.jpg
Jolmete - Abril 1972 Matança de uma vaca.jpg
30-06-2012
Augusto
Silva Santos
Publicado
por
Manuel
Resende (Ferreira)