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2 de novembro de 2016

Post Nº 68 - Os nossos Mortos


Manuel Cármine Resende Ferreira
Alf. Mil. Art. em Jolmete (Pelundo – Teixeira Pinto)
CCAÇ 2585 – BCAÇ 2884

















Camaradas e amigos,
Não posso deixar passar este dia 02-11-2016, sem lembrar os nossos mortos, os da nossa companhia, a CCAÇ 2585 de Jolmete, "AQUELA MÁQUINA". Assim lembro:

Mortos em 27-05-1969 em Jolmete:
António Barbosa, Soldado
João Silva, Milícia
Estes dois combatentes morreram vítimas de acidente com arma de fogo, ao chegar ao quartel, depois da operação de segurança ao regresso da Companhia CCAÇ 2366. A granada da basuca, ao ser retirada caiu pelo tubo e explodiu. Além dos mortos citados, houve muitos camaradas que apanharam estilhaços, inclusive, o Sr. Alf. Mil. Almendra, mais tarde Comandante de Companhia. Ainda hoje tem o estilhaço no ombro.

***

Mortos em 22-07-1969 em Jolmete:
Indibe Sambú, Soldado
Dante Cadi, Milícia
Um soldado nativo e um milícia, mortos numa emboscada. Tiveram azar pois foram apanhados por uma roquetada de RPG2 ou 7. Embocada em U em que nós entrámos onde não devíamos ter entrado. Estavam à nossa espera, não houve hipótese de fuga.

***

Mortos em 20-04-1970 em Jolmete:
Joaquim João Palmeiro Mosca, Alf. da CCAÇ 2585, comandante do Pelotão de Nativos 59, e destacado para o CAOP em Teixeira Pinto. Assassinado pelo PAIGC em Jolmete, juntamente com os Srs. Majores:
Passos Ramos
Magalhães Osório
Pereira da Silva
e três elementos nativos:
Mamadú Lamine
Aliú Sissé
Patrão da Costa

***

Lembro também:
Fernando José Ferreira Vinagre, 1º Sargento
Albertino de Sousa Ribeiro, 2º Sargento
João Fernando Pereira, 1º Cabo


Espero que todos tenham um repouso condigno, e que, onde estejam, zelem pelos seus camaradas de armas, que bem precisam.


20 de abril de 2016

Post Nº 63 - Triste Aniversário

Manuel Cármine Resende Ferreira
Alf. Mil. Art. em Jolmete (Pelundo – Teixeira Pinto)
CCAÇ 2585 – BCAÇ 2884














Triste Aniversário

Caros amigos e camaradas
Hoje é o dia 20 de Abril. Por acaso alguém se lembra do que aconteceu no dia 20 de Abril de 1970 em Jolmete, precisamente há 46 anos?
Neste dia não houve saída para o mato, não saímos do quartel nem para caçar. Achámos estranho, mas o nosso Capitão Almendra, disse aos Oficiais, não sei se a mais alguém, talvez ao Dandi, depois do almoço, que se estava a passar algo de anormal.
Nesse dia iria acontecer uma reunião (a última) para a pacificação do “Chão Manjaco”, entre os chefes do PAIGC e os OFICIAIS do CAOP, num local junto à primeira bolanha a contar do Pelundo para Jolmete, a cerca de 4-5 Kms do Pelundo. Essa reunião destinava-se a integrar todo o pessoal do PAIGC pelos aquartelamentos da zona, como já estava combinado em reuniões anteriores.
No dia anterior, Domingo 19, o CAOP esteve em Bula, e ao jantar, o Sr. Major Pereira da Silva recebeu um telefonema, presume-se de Bissau, dizendo que um tal “LUIS” iria estar presente na reunião no dia seguinte. Segundo o que me lembro dos comentários da altura, diziam que ele ficou cabisbaixo, mudo e pensativo,  ... devido à presença inesperada dessa pessoa.
Estavam previstos 5 Gipes (isto é o que me lembro da altura dos acontecimentos), mas ficaram reduzidos a três, pois o Sr. Major Pereira da Silva, que superintendia o assunto, não autorizou os outros a serem “martirizados”. Lembro-me de ouvir dizer que o nosso Capelão, Padre António Gameiro queria ir, mas não foi autorizado. Eu tinha a impressão que o nosso médico Dr. Diniz Calado, também queria ir, mas ainda há poucos meses estive com ele, abordei o assunto e o próprio disse-me “que nunca essa hipótese foi colocada, não queria participar em aventuras dessas”.
Bom o local foi alterado para a segunda bolanha, a 5 Kms de Jolmete. Porquê? Como lá foram parar, cerca de 8 Kms mais a norte, mais próximos de Jolmete?
Devo confirmar que ouvi alguns tiros por volta das 3 da tarde (e muitas outras pessoas também ouviram). Foi muito comentado, pois nesse dia estávamos proibidos de “fazer fogo”, nem a caçar.
Foram barbaramente assassinados (pois estavam desarmados) os sete elementos presentes para as negociações:

Major PASSOS RAMOS
Major MAGALHÃES OSÓRIO
Major PEREIRA DA SILVA
Alferes JOÃO MOSCA
Nativo MAMADÚ LAMINE
Nativo ALIÚ SISSÉ
Nativo PATRÃO DA COSTA

Os nativos eram dois condutores dos jipes e um tradutor.
Não é meu interesse aqui entrar em pormenores, pois apenas quero lembrar a memória destes Oficiais, que devem figurar em todos os escritos com letra maiúscula.

Junto algumas fotos tiradas por mim, mas lamento não ter do Sr. Major Pereira da Silva. A primeira e segunda foram tiradas em Pelundo na inauguração da estrada Có - Pelundo, não me lembro o dia, mas foi no início de 1970.

Major Passos Ramos o primeiro à esquerda
Major Osório último à direita e de costas


Major Osório em primeiro plano


Alferes Mosca em primeiro plano ajudando na preparação da ceia de Natal (1969)




Manuel Resende (Ferreira)




20 de abril de 2014

Post Nº 21 - 20 de Abril de 1970

Manuel Cármine Resende Ferreira
Alf. Mil. Art. em Jolmete (Pelundo – Teixeira Pinto)
CCAÇ 2585 – BCAÇ 2884

















Triste Aniversário
Que este ano coincide com a Páscoa
(ainda penso que foi um sonho)



Caros amigos e camaradas

Hoje é o dia 20 de Abril. Por acaso alguém se lembra do que aconteceu no dia 20 de Abril de 1970 em Jolmete, precisamente há 44 anos?

O nosso Capitão Almendra, disse aos Oficiais, não sei se a mais alguém, talvez ao Dandi, depois do almoço, que se estava a passar algo de anormal.
Nesse dia iria acontecer uma reunião (a última) para a pacificação do “Chão Manjaco”, entre os chefes do PAIGC e os OFICIAIS do CAOP, num local junto à primeira bolanha a contar do Pelundo para Jolmete, a cerca de 5 Kms do Pelundo. 

Essa reunião destinava-se a integrar todo o pessoal do PAIGC pelos aquartelamentos da zona, como já estava combinado em reuniões anteriores.
No dia anterior, dia 19, Domingo, o CAOP esteve em Bula, e ao jantar, o Sr. Major Pereira da Silva recebeu um telefonema, presume-se de Bissau, dizendo que um tal “LUIS” iria estar presente na reunião do dia seguinte. Segundo o que me lembro dos comentários da altura, diziam que ele ficou cabisbaixo, mudo e pensativo.

Só para resumir, o local, durante o trajecto, foi alterado para a segunda bolanha, a 5 Kms de Jolmete. Porquê?

Devo dizer que eu ouvi alguns tiros (talvez 2 ou 3) por volta das 3 da tarde (e muitos outros camaradas também ouviram), inclusive o Dandi.
Resultado: foram barbaramente assassinados (pois estavam desarmados e em missão de paz) os nossos Oficiais:

Major PASSOS RAMOS
Major MAGALHÃES OSÓRIO
Major PEREIRA DA SILVA
Alferes JOÃO MOSCA
Dois condutores dos jipes e um tradutor (total 7 pessoas).

Não é meu interesse aqui entrar em pormenores, pois apenas quero lembrar a memória destes Oficiais, que devem figurar em todos os escritos com letra maiúscula.

Junto duas fotos, tiradas por mim do meu camarada Alf. Mosca, cerca de 3 a 4 meses antes do assassinato.









Manuel Resende (Ferreira)


20 de abril de 2013

Post Nº 10 - Vinte de Abril de 1970 "Triste Aniversário"

Manuel Cármine Resende Ferreira
Alf. Mil. Art. em Jolmete (Pelundo – Teixeira Pinto)
CCAÇ 2585 – BCAÇ 2884


 












Triste Aniversário

Caros amigos e camaradas
Hoje é o dia 20 de Abril. Por acaso alguém se lembra do que aconteceu no dia 20 de Abril de 1970 em Jolmete, precisamente há 43 anos?

O nosso Capitão Almendra, disse aos Oficiais, não sei se a mais alguém, talvez ao Dandi, depois do almoço, que se estava a passar algo de anormal.
Nesse dia iria acontecer uma reunião (a última) para a pacificação do “Chão Manjaco”, entre os chefes do PAIGC e os OFICIAIS do CAOP, num local junto à primeira bolanha a contar do Pelundo para Jolmete, a cerca de 5 Kms do Pelundo. Essa reunião destinava-se a integrar todo o pessoal do PAIGC pelos aquartelamentos da zona, como já estava combinado em reuniões anteriores.

No dia anterior, 19, Domingo, o CAOP esteve em Bula, e ao jantar, o Sr. Major Pereira da Silva recebeu um telefonema, presume-se de Bissau, dizendo que um tal “LUIS” iria estar presente na reunião do dia seguinte. Segundo o que me lembro dos comentários da altura, diziam que ele ficou cabisbaixo, mudo e pensativo.

Só para resumir, o local foi alterado para a segunda bolanha, a 5 Kms de Jolmete. Porquê?
Devo confirmar que ouvi dois tiros por volta das 3 da tarde (e muitas outras pessoas também ouviram).

Foram barbaramente assassinados (pois estavam desarmados) os nossos Oficiais:
Major PASSOS RAMOS
Major MAGALHÃES OSÓRIO
Major PEREIRA DA SILVA
Alferes JOÃO MOSCA
Dois condutores dos jipes e um tradutor (total 7 pessoas).
Não é meu interesse aqui entrar em pormenores, pois apenas quero lembrar a memória destes Oficiais, que devem figurar em todos os escritos com letra maiúscula.

Junto algumas fotos tiradas por mim, mas lamento não ter do Sr. Major Pereira da Silva.


Major Passos Ramos o primeiro à esquerda


Major Osório em primeiro plano


Alferes Mosca em primeiro plano


Alferes Mosca






Manuel Resende (Ferreira)