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30 de abril de 2014

Post Nº 22 - O nosso convívio em Rio Maior

José Rodrigues Firmino 
Sold. Atir. em Jolmete (Pelundo - Teixeira Pinto)
CCAÇ 2585 - BCAÇ 2884 
















ALMOÇO DE CONFRATERNIZAÇÃO

Teve lugar no passado dia 26 de Abril de o XXVI almoço convívio do BATALHÃO DE CAÇADORES 2884 (MAIS ALTO), composto pelas seguintes companhias:
2584 Có,
2585 Jolmete, 
2586 e CCS Pelundo,
que cumpriram serviço militar obrigatório na Guiné entre 1969/1971.

Foi pena que em termos de organização deixasse muito a desejar, pois para além de se chegar ao local marcado tardiamente, e vá-se lá saber porquê e a mando de quem toda aquela malta que tinha feito a viagem em autocarro, de um momento para o outro recebeu ordens para vir para junto do autocarro para se fazer a viagem de regresso.

Quanto ao local onde foi servido o almoço foi muito acolhedor sem dúvida, como vai sendo habitual. Chegados junto à Igreja Matriz de Rio Maior, tirámos uma ou outra foto. Foi grande a satisfação de pela primeira vez podermos ver e abraçar alguns ex-camaradas que desde 1971 não víamos,  tais como: o Jesus, o Joaquim Rosário, o Manuel Mendes  e outros. Seguiu-se missa por todos os ex-camaradas que já nos deixaram e, finda esta, foi o seguir para o Restaurante “GATO PRETO” onde foi servido o almoço.

Certamente todos irão entender que, por motivos óbvios, não vou opinar mais nada sobre aquilo, pois todos nós o que queremos é rever e conviver com os ex-camaradas. Depois cada um faça sua análise, e os comentários ficam só para nós. Um forte e grande abraço para cada um de vós.

Um até sempre.
José Firmino (Régua)



Manuel Maria Pascoal 
Sold. Atir. em Jolmete (Pelundo - Teixeira Pinto)
CCAÇ 2585 - BCAÇ.2884

 












COMUNICAÇÃO AOS ELEMENTOS DO BATALHÃO 2884 E FAMILIARES QUE ESTIVERAM NO CONVÍVIO EM RIO MAIOR NO DIA 26 DE ABRIL DE 2014

Eu, Pascoal, como organizador do evento, quero agradecer a todos os que estiveram presentes e afirmar que na parte da organização fiz tudo o que estava ao meu alcance, para ser um convívio digno. Pois não foi ao acaso, que no final tantos companheiros me deram os parabéns pela dedicação e empenho que tive na realização do mesmo.

Mas, sendo de lamentar que alguém ligado à organização deste convívio, e com o conhecimento da forma como estava planificado, faça as coisas de forma leviana mostrando uma falta de respeito por todos quantos estiveram presentes, e muito mais por aqueles que viajaram no autocarro, privando-os assim de assistir até final do convívio, tendo em conta que tínhamos a sala disponibilizada até às 20:00h.

Manuel Pascoal
















Vejam aqui um pequeno vídeo das fotos.


Quem desejar ver o álbum completo de fotos, deverá clicar no link abaixo, ou colá-lo no seu navegador.




Publicado por
Manuel Resende (Ferreira)



28 de dezembro de 2012

Post Nº 4 - Alferes, temos que tramar o Capitão

Manuel Cármine Resende Ferreira
Alf. Mil. Art. em Jolmete  (Pelundo – Teixeira Pinto)
Ccaç 2585 – Bcaç 2884)














“ALFERES, TEMOS QUE TRAMAR O CAPITÃO”
(Esta estória tem como objectivo fazer uma pequena homenagem ao DANDI)

O nosso Capitão, António Tomás da Costa, já nos tinha prevenido durante o IAO, no Pragal, que seria promovido a Major em Agosto de 1969, e que por esse motivo teria de deixar a Companhia. Ele era do Quadro portanto as promoções tinham data certa. Teríamos de nos mentalizar que iríamos ter outro comandante durante a nossa comissão.

A Companhia 2585 chegou a Jolmete a 17-05-69, e após o tempo de sobreposição com a 2366 ficamos entregues a nós próprios , e fizemos a guerra à nossa maneira, como já foi dito noutra publicação neste, em “A MINHA GUERRA”, poste Nº 7151 do Blog Luis Graça & Camaradas da Guiné. Praticamente saíamos para o mato todos os dias e patrulhávamos sempre os possíveis trilhos por onde o IN poderia vir para atacar ao quartel, ou trilhos de passagem de grupos, pois a nossa zona era essencialmente de passagem da Coboiana para Ponta Nhaga.

Normalmente levávamos um grupo de combate, parte do Pelotão de Caçadores Naturais Nº 59 e alguns elementos do Pelotão de Milícias Nº 128 comandados pelo Cajan. Periodicamente, ou quando havia indícios de passagem de colunas do IN as operações eram a nível de dois grupos de combate, Pelotão de Caçadores Naturais e Pelotão de Milícias quase sempre comandados pelo Dandi. Não é minha intenção fazer aqui um relato das operações que fizemos, mas somente salientar a brincadeira que por iniciativa do Dandi e com a nossa colaboração fizemos ao nosso comandante de companhia que estava prestes a abandonar Jolmete para ir para o QG em Bissau já como Major.

Estávamos em fins de Julho/princípios de Agosto de 1969, quando o Dandi veio ter comigo e comentou: Alferes, então o Capitão nunca saiu para o mato e quando faz o relatório das operações assina sempre como comandante da operação, e Alferes não diz nada? Um dia destes temos de o levar a dar uma volta. Aceitei de imediato a sugestão, mas disse-lhe que tinha de ser uma “volta” sem riscos, pois a nossa consideração por ele era grande, pelo menos da minha parte.

Falei com o Alf. Marques Pereira, comandante do 3º grupo de combate e com o Alf. Mosca, comandante do pelotão de Caçadores Naturais Nº 59, e os três juntamente com o Dandi organizamos uma operação, à partida sem riscos de contacto com o IN, mas que seria, logo pelo fresquinho da manhã atravessar uma bolanha com água pela cintura, daríamos uma volta ao quartel e regressaríamos por outro lado atravessando outra bolanha. Esta foi a maldade sugerida pelo Dandi. Nada de mal, mas que serviria para ele ter uma noção do que custava sair para o mato todos os dias.

A primeira parte da operação e a mais importante seria convencer o nosso Capitão a aceitar ir comandar no terreno. Já não me lembro dos pormenores, mas foi-lhe dito que era uma operação de caça, e ele aceitou. Os Furriéis também foram informados da operação a brincar, mas íamos preparados para o pior, pois eventualmente poderia haver algum contacto.

O nosso Capitão apresentou-se cedinho, equipado a rigor de G3 e cartucheiras à cintura, tudo como mandava a sapatilha. Ele tinha uma caçadeira calibre 12 automática de 5 tiros e pediu a alguém para a levar, dizia ele que no regresso podia aparecer alguma gazela. Esta arma era usada pelo Dandi para caçar, e foi-lhe oferecida antes da sua partida para o QG em Bissau.

Andados alguns Kms por trilhos e corta mato, já com a roupa seca no corpo após o atravessamento da primeira bolanha, chegámos a um pequeno descampado com um bom embondeiro a fazer sombra. Estávamos numa zona em que, pela nossa experiência, não haveria problema, e não houve. Eu, para esta operação e pela primeira vez, até levei a minha máquina fotográfica, e seguia relativamente perto do Capitão.

O Dandi em vez de ir na frente, como costumava, ia como guarda-costas dele. À ordem de parar para descansar todo o pessoal emboscou. Diz-me ele: ó Ferreira, (eu na tropa era Ferreira) tire uma fotografia para recordar esta operação. Chamou os Alferes e alguns Furriéis que estavam mais próximos para ficarem na foto. Estava eu a fazer o enquadramento e diz-me ele: alto, não tire ainda para eu compor as cartucheiras, quero ficar com um ar de guerreiro.

Acabado o descanso continuamos o nosso percurso, e eis senão quando aparece outra bolanha. Mais uma vez água pela cintura. Diz o Capitão: ó Dandi, então não havia outro caminho para evitar a bolanha? É que isto de secar a roupa no corpo é muito desconfortável… Não me lembro quantas fotografias eu tirei nesta operação, mas a única que tenho é a Nº 1, já anteriormente publicada, mas agora com legenda. Este pequeno episódio foi verídico no seu essencial, embora 43 anos depois a memória já não ajuda nos pequenos pormenores.


Foto Nº 1 – Operação de patrulhamento comandada pelo Sr. Cap. Tomás da Costa
1-Cap. Tomás da Costa, 2-Dandi, 3-Alf. Joaquim Mosca, 4-Alf. Marques Pereira, 5-Fur. Meireles, 6-Fur. Guarda


 Foto Nº 2 – Jantar de festa no refeitório dos soldados
1- Cap. Tomás da Costa, 2-Alf. Joaquim Mosca, 3-Alf. Ferreira (eu), 4- Fur. Meireles, 5-Fur. Furtado (enfermeiro)


Foto Nº 3 – Um cafezinho depois do almoço
1-Cap. Tomás da Costa, 2-Alf. Godinho, 3-Alf. Marques Pereira


Foto Nº 4 – Cap. Tomás da Costa com a esposa e as duas filhas numa visita a Jolmete


A seguir vou apresentar todas as fotografias que tenho tiradas com o Dandi. No meu tempo ele tinha sete esposas e sempre com ânsia de arranjar mais, pois quantas mais tivesse maior era o seu estatuto social, dizia ele. Teria cerca de 25/30anos de idade e era Natural do Jol, portanto, em princípio seria Manjaco. Os proventos dele resumiam-se à caça que fazia e vendia à Companhia e às saídas para o mato, pois ele recebia por cada operação que fazia. Era uma pessoa leal, não me lembro de qualquer desavença que possa ter havido. O seu nome era ”DASSIM DJASSI”. Numa das visitas que o Sr. General Spínola fez a Jolmete, prometeu que o iria propor para uma Cruz de Guerra, mas segundo as minhas últimas informações ele talvez nunca a teria recebido. Teve sim umas férias em Lisboa, mas sinceramente não sei de pormenores.

Não me admiro nada que, devido às burocracias militares,  não tenha sido possível atribuí-la, pois nem sempre o QG fazia o que o Sr. General queria. Veja-se o caso das graduações de Alferes em Capitão, que deram que falar naquela altura. Na minha Companhia o Alferes Almendra, graduado em Capitão e comandante da mesma durante cerca de 18 meses, hoje Coronel reformado, depois da saída do Sr. Major Tomaz da Costa, na altura do regresso à Metrópole, ainda recebia o vencimento de Alferes e sem aumento. Lembro que em Outubro de 1969 houve aumentos de vencimentos. Coisas de Marcelo Caetano.

Claro que depois tudo terá sido regularizado, mas não era como o Sr. General queria. Lembro que no jantar de despedida no palácio do Governo, o Sr. General Spínola falou no assunto e disse ao Cap. Almendra que iria receber até ao último centavo, nem que para isso tivesse de pagar do seu bolso.


 Foto Nº 5 – Dandi junto aos memoriais da 2366 e 2585


Foto Nº 6 – eu com o Dandi e uma das esposas


Foto Nº 7 – eu com o Dandi em pose para a foto



Manuel Resende (Ferreira)



8 de dezembro de 2012

Post Nº 3 - Afinal quem inventou a FNAC ?


Manuel Cármine Resende Ferreira
Alf. Mil. Art. em Jolmete (Pelundo – Teixeira Pinto)
CCAÇ 2585 – BCAÇ 2884
















Afinal quem inventou a FNAC?

O tempo da nossa passagem pela guerra, mais concretamente pela Guiné, não foi feito só de tristezas, desalentos, saudades, … enfim, tantos outros sentimentos que não vale a pena enumerar. Também passámos os nossos bons momentos de boa disposição, camaradagem, convívio, etc. Na companhia 2585 de Jolmete de Maio de 1969 a Março de 1971 houve, em determinada altura, meados de 1970 depois do assassinato dos Oficiais do CAOP, um grupo de graduados, que de tão apanhados que estavam, criaram a FNAC.

Não estejam já a imaginar uma empresa de ar condicionado para a Guiné, nem tão pouco uma editora de livros ou discos de vinil ou CDs. Não, tratava-se pura e simplesmente de uma fundação, a “FUNDAÇÃO NACIONAL DOS APANHADOS DO CLIMA”, em abreviaturas FNAC.

A FNAC era composta por todos os oficiais e sargentos da Companhia 2585 que quisessem aderir. Praticamente aderiram quase todos. Os aderentes, como fazia parte dos estatutos, tinham de ter um nome artístico. Depois de fazerem o juramento de adesão conforme anexo I e II, ficavam a pertencer ao grupo dos “organizados”, pelo que recebiam o respectivo cartão de “sócio”. Junto fotos de alguns cartões (só consegui estes) e graças à gentileza do nosso Furriel Rodrigues, digníssimo presidente.


 Fotos Nº 1 – 1º Sarg. Vinagre


 Foto Nº 2 – Fur Araújo


Foto Nº 3 – Alf. Godinho


Foto Nº 4 – Fur. Gomes


Foto Nº 5 – Fur. Gondar


Foto Nº 6 – Alf. Ferreira


Foto Nº 7 – Fur. Filipe


 Foto Nº 8 – 2º Sarg. Mesquita


Foto Nº 9 – Fur. Rodrigues


 A Direcção era exercida por:
Presidente: Furriel José Manuel Gonçalves Rodrigues, de nome artístico “GEM-GIS-KAN”
Secretário: Alferes António Alberto Miguéis Marques Pereira, de nome artístico ”WASINGTON”.
Tesoureiro: Furriel Manuel Joaquim Meireles, de nome artístico “O MENINO DO BARREIRO”.

Além dos estatutos pensados e escritos ponto a ponto, com a colaboração dos associados, e votados sempre em assembleia-geral e do cartão individual com foto artística do associado, que foi desenhado pelo Furriel Cristo, fizemos também um emblema de lapela. Aproveitando a vinda de férias à Metrópole do nosso presidente, foi encarregue de os mandar fazer na Fotal em tempo útil. Assim aconteceu.


Foto Nº 10 – Emblema de lapela


À distância de 40 anos tenho pena que o ponto Nº 1 dos estatutos restringisse a adesão apenas a graduados da CCAÇ 2585, pois tivemos muitas solicitações para aderências por parte de outros que gostariam de pertencer, o que viria a valorizar no futuro (agora) os convívios. Enfim, temos de interpretar os estatutos à luz dos tempos de então, pessoal apanhado à espera da peluda e cheio de boas intenções.

Agora perguntam os amigos leitores deste apontamento… “então e onde está a FNAC”? Boa pergunta, mas sinceramente não sei responder. Ainda tenho esperanças, que com a ajuda desta publicação nos voltemos a reunir. Tenho contactos com o presidente, o José Rodrigues que vive no Fundão e com o tesoureiro o Meireles que vive em Linda-a-Velha. Espero que o Marques Pereira também apareça, mas parece-me que anda para os lados de Maputo.

A FNAC, paralelamente ao que acontecia na parte militar, também concedeu alguns louvores aos organizados que mais apanhados estivessem. A mim tocou-me também esse galardão, que passo a reproduzir.




Fotos Nº 11 e 12 - Louvor



A FNAC tinha também como missão animar todo o pessoal da 2585, não eram só os graduados que andavam apanhados. Para isso fundámos a “RADIO PIRATA DE JOLMETE”. Esta Rádio, cujo aparelho transmissor era um receptor a válvulas do curso da “RÁDIO ESCOLA” que eu tinha tirado no último ano antes da minha entrada na tropa, e que tinha levado para a Guiné, serviu para, com uma adaptação feita por mim, transformá-lo em “emissor-receptor”.

Com uma boa antena cedida pelo nosso Furriel Gomes de transmissões, e instalada entre a minha caserna e o refeitório dos soldados, conseguia captar perfeitamente a EN em onda média e curta, e dar um pouco de música durante o jantar.

Convém dizer que o som era dado por uma coluna feita pelo nosso carpinteiro, tipo corneta com um altifalante que eu levei e que me tinha custado na “Astro-Técnica” 2.200$00, com 40 W de potência. Pesava cerca de 10 KG. Mais à noite retransmitia a EN e outras em onda curta, numa frequência que todos os pequenos receptores a pilhas com OM-OC captavam.

Nesta frequência era transmitido também um programa de discos pedidos que às vezes fazíamos, no abrigo do comando, numa pequena sala do 1º Sargento Vinagre. Na foto que a seguir mostro, vê-se o grupo de locutores em acção. À esquerda o Furriel Guarda, ao centro o Furriel Rodrigues (nosso presidente) e à direita o Alferes Marques Pereira (nosso secretário).


Foto Nº 13 – Locutores em acção


Programa Nº 4, apresentado por Meireles, Rodrigues e Marques Pereira
















Fotos Nº 14 a 20 – Estatutos da FNAC



Manuel Resende (Ferreira)