30 de agosto de 2018

Post Nº 76 - Cajan, Régulo de Jolmete

Manuel Cármine Resende Ferreira
Alf. Mil. Art. em Jolmete (Pelundo - Teixeira Pinto)
CCAÇ 2585 - BCAÇ 2884 











CAJAN - RÉGULO DE JOLMETE

Nota informativa para quem não se lembra: 
Moutinho dos Santos era Alferes da Companhia que esteve antes de nós em Jolmete, a 2366. Era a Companhia do Sr. Capitão Barbeites. Depois de sair de Jolmete em 28-5-1969, dia em que ficámos por nossa conta, e logo com um grave acidente com a basuca do 1º Cabo Brotas, tal como mais tarde o nosso Alferes Almendra, foi graduado em Capitão pelo Sr. General Spínola e a Companhia foi para Quinhamel, gozar “férias”, mas ele como Capitão teve que ir comandar outra Companhia no Sul. Presentemente exerce advocacia no Porto e é um excelente elemento da Tabanca Pequena de Matosinhos, com várias idas à Guiné para entrega de bens.

Pergunto eu a Moutinho dos Santos:
“Amigo Moutinho Santos, recentemente estive com o Marques Pereira, Alferes da minha Companhia, a 2585 que vos sucedeu. Presentemente vive em Moçambique, e veio cá. Mostrei-lhe fotos do Cajam e disse-lhe que o Cajan tem um filho médico no Hospital de Santo António, creio que foste tu que me deste essa informação. Sabes quem é a mãe? perguntou ele, será a Maria Sábado? do nosso tempo... Sabes alguma coisa dele, ou contactos... “

Resposta de Moutinho dos Santos:
“ OLÁ RESENDE:
- De facto, o Cajan Seidi, soldado milícia do Pelotão de Milícias de Djolmete, que "alinhou" connosco, e convosco, nas matas do Djol, tem em Portugal, mais especificamente no Porto, um "filho" médico, o Dr. Jorge Seidi (conhecido entre os amigos por Jorgito). Ele faz parte das equipas de Urgências do Hospital de Santo António, penso que como contratado de uma empresa de "manpower" que presta serviços aos hospitais do Porto. Pus a palavra filho entre aspas, pois, na verdade ele não é filho biológico do Cajan, mas sim sobrinho.
- Como sabes, segundo as "leis" da etnia manjaca, e de outras etnias da Guiné, em que  os sobrinhos e primos também são considerados "filhos" quando vivem todos na mesma morança, o irmão que herda a "posição" (sucede no cargo) de outro irmão mais velho, também "herda" a mulher e os filhos do irmão. Com o Cajan sucedeu isso.
- O avô do Cajan, de nome Cambanque Seidi, Régulo do Djol, tinha vários filhos, sendo um deles o pai do Cajan, de nome Domingos, que foi morto pelo PAIGC logo no início da luta pela independência. O avô, ao tempo Régulo, foi um dos mortos na "chacina" praticada em 1964 pelas NT contra os homens grandes da tabanca de Djolmete e outras do regulado. Este "assunto" consta de um Post do blogue do Luís Graça... ali colocado por um Furriel de uma CCaç da guarnição de Bula/Tx.ª Pinto em 1964, antigo combatente que emigrou para os USA... O Cajan teria nesta data 15/16 anos...
- Este "assunto", a que ninguém se referia quando estivemos em Djolmete, e também nunca falado anteriormente quer pelo n/ Exército quer mesmo pelo PAIGC, foi-me confirmado pelo Cajan e por dois dos seus "filhos" que, inclusive, na última visita (2017) que fiz a Djolmete quiseram indicar-me o local onde foram enterrados, em "vala comum", muito perto do sítio onde os n/ Majores foram mortos em 1970...
- Como o Cajan era o neto sobrevivo mais velho do Régulo, veio a "herdar" o cargo do avô, pois o irmão/primo a quem tal cargo pertenceria já tinha falecido, deixando viúva a Quinta e o filho Jorge que - na altura em que estivémos em Djolmete -  estaria à guarda de um tio em Dakar (Senegal) e internado numa Missão Católica. Oficialmente ninguém se referiu - que eu saiba - ao cargo do Cajan  durante a n/ estadia em Djolmete.
- Assim, o Cajan com o cargo de Régulo do DJOL herdou como 1ª mulher a cunhada, de nome  Quinta - que vivia em Djolmete ao tempo em que nós por lá estivemos -,  de quem veio a ter + 3 filhos (Joãozinho - falecido, Minguito e Melita - médica em Bissau). Actualmente está em Portugal com o filho Dr. Jorge. O Cajan tem mais 4 mulheres... e 25 filhos ao todo...
- A segunda mulher do Cajan é a Maria Sábado - n/ conhecida - de quem o Cajan tem vários filhos (um deles o Fidalgo que é professor e director da Escola E/B de Canchungo (Txª Pinto).
- A terceira mulher do Cajan é a n/ conhecida Amélia de quem o Cajan tem 6 filhos (vários deles a viver em Bissau).
- A quarta mulher do Cajan é a Emíia de quem o Cajan tem vários filhos.
- Por fim, a quinta mulher, ainda muito nova, de nome Maria também tem já filhos...


Moutinho dos Santos convidou Cajan a ir almoçar em Teixeira Pinto


Amélia com os seus filhos em Jolmete

Para o ano, se tudo correr bem, se houver €€€ e a saúde ajudar, tenciono voltar à Guiné-Bissau e a Djolmete para, com a Tabanca Pequena, fazermos a instalação de um poço artesiano, pois, os poços tradicionais que a ACNUR abriu na Tabanca de Djolmete, quando serviu de Campo de Refugiados dos independentistas do Casamance, secaram todos e a população (3.000 habitantes), que só tem uma hora de água por dia do poço do Centro de Saúde, voltou a ter de ir buscar a água à bolanha...

Depois falamos sobre este assunto.

Um abraço
EmoutinhoSantos “



Publicado por 
Manuel Resende (Ferreira)



23 de maio de 2018

Post Nº 75 - 31º Convívio em Rio Maior (2018)

Manuel Cármine Resende Ferreira
Alf. Mil. Art. Em Jolmete (Pelundo – Teixeira Pinto)
CCAÇ 2585 – BCAÇ 2884

 












31º CONVÍVIO EM RIO MAIOR  (2018)

Amigos, no passado Sábado, dia 19 de Maio, realizou-se o 31º Convívio do BCAÇ 2884 em Rio Maior. Muito trabalho do organizador Luís Alegria, ajudado por três auxiliares,  Manuel Pascoal, Manuel Resende (Ferreira) e o Afonso (também organizador no ano passado). Eu sou suspeito na apreciação, pois pertenci ao grupo da organização, mas creio que tudo correu bem e do agrado de todos. 
É muito difícil arranjar um restaurante com as mesmas condições, boa ementa e com uma margem de manobra como felizmente tivemos.
Estou satisfeito pela colaboração que dei e que me foi pedida. 
Estou disposto, se puder, fazer o mesmo no próximo ano. 



Algumas fotos do evento com pessoal da nossa Companhia 2585


 Matias e esposa



 Diniz Souza e Faro e José Jesus



 Meireles e Rodrigues


 Meireles, Rodrigues Manuel Resende e Anselmo


 Pascoal e esposa


 Manuel Sousa Rodrigues e Lima


 Lima, Peixoto, (2584), Sousa Mendes, Anselmo, Manuel Pereira e esposa




 Entrega do Galo de Barcelos de Manuel Sousa Rodrigues a Anselmo



Dias, da cozinha, quem não se lembra dele?



Junto link para quem quiser ver todas as fotos. Não as posso pôr todas aqui, pois são 93, já depois de filtradas. 

Publicado por:
Manuel Resende (Ferreira)

20 de abril de 2018

Post Nº 74 - Um triste aniversário

Manuel Cármine Resende Ferreira
Alf. Mil. Art. Em Jolmete (Pelundo – Teixeira Pinto)
CCAÇ 2585 – BCAÇ 2884

 














Mais um ano de um triste Aniversário:

Caros amigos e camaradas,
Hoje é o dia 20 de Abril. Por acaso alguém se lembra do que aconteceu no dia 20 de Abril de 1970 em Jolmete, precisamente há 48 anos?
Neste dia, segunda-feira, não houve saída para o mato, não saímos do quartel nem para caçar. Achámos estranho, mas o nosso Capitão Almendra, disse aos Oficiais, não sei se a mais alguém, talvez ao Dandi, depois do almoço, que se estava a passar algo de anormal.

Nesse dia iria acontecer uma reunião (a última) para a pacificação do “Chão Manjaco”, entre os chefes do PAIGC e os oficiais do CAOP, num local da estrada Pelundo-Jolmete, junto à primeira bolanha a contar do Pelundo, a cerca de 4-5 Kms. Essa reunião destinava-se a integrar todo o pessoal do PAIGC pelos aquartelamentos da zona, como já estava combinado em reuniões anteriores.

No dia anterior, Domingo 19, o CAOP esteve em Bula, e ao jantar, o Sr. Major Pereira da Silva recebeu um telefonema, presume-se de Bissau, dizendo que um tal “LUIS” iria estar presente na reunião no dia seguinte. Segundo o que me lembro dos comentários da altura, diziam que ele ficou cabisbaixo, mudo e pensativo,  ... devido à presença inesperada dessa pessoa.

Bom o local foi alterado para a segunda bolanha, a 5 Kms de Jolmete. Porquê? Como lá foram parar, cerca de 8 Kms mais a norte, mais próximos de Jolmete?
Devo confirmar que ouvi alguns tiros por volta das 3 da tarde (e muitas outras pessoas também ouviram). Foi muito comentado, pois nesse dia estávamos proibidos de “fazer fogo”, nem a caçar.

Foram barbaramente assassinados (pois estavam desarmados) os Oficiais e três elementos nativos, os dois motoristas e o tradutor:
Major PASSOS RAMOS
Major MAGALHÃES OSÓRIO
Major PEREIRA DA SILVA
Alferes JOÃO MOSCA 
MAMADÚ LAMINE
ALIÚ SISSÉ
PATRÃO DA COSTA

Não é meu interesse aqui entrar em pormenores, pois apenas quero lembrar as suas memórias.
Junto Louvor do Gabinete do Ministério da Defesa Nacional ao Alferes Mosca. É o único de que tenho cópia.







Manuel Resende (Ferreira)


18 de março de 2018

Post Nº 73 - Convite para 31º Convívio em Rio Maior

Manuel Cármine Resende Ferreira
Alf. Mil. Art. em Jolmete (Pelundo – Teixeira Pinto)
CCAÇ 2585 – BCAÇ 2884













CONVITE PARA 31º CONVÍVIO DO BCAÇ 2884

Amigos, desta vez colaborei na feitura do folheto, que a seguir se apresenta. Os camaradas e amigos da C CAÇ 2585 que se quiserem inscrever por meu intermédio, poderão fazê-lo. Em relação aos pagamentos enviem para o Luís Alegria, cujo NIB está no folheto que será enviado por correio e que aqui publico.
AMIGOS: POUCOS ALMOÇOS SE SEGUIRÃO COM A AFLUÊNCIA DO COSTUME. VAMOS APROVEITAR ENQUANTO AS NOSSAS PERNAS PERMITEM, NO PRÓXIMO ANO 2019 FAZEMOS 50 ANOS DA NOSSA PARTIDA PARA AQUELAS TERRAS DA GUINÉ.
Vamos enquanto podemos.






Publicado por
Manuel Resende (Ferreira)