29 de abril de 2013

Post Nº 12 - Propaganda Psicológica em Jolmete

José Alexandre Marreiros Alves
Fur. Mil. em Jolmete (Pelundo – Teixeira Pinto)
CCAÇ 2585 – BCAÇ 2884

 













Naquele tempo… em Jolmete

A guerra no ultramar português era impossível de ser ganha pela força das armas, com eficácia, desde logo pela distância que nos separava do teatro de operações e também e acima de tudo, pela imensidão do território a defender.… mas houve quem pensasse de maneira diferente e vai daí… a célebre frase “para África e em força” (se não foi exactamente assim, fica o sentido da mesma).

E então, decidiu-se enviar para África uns “bons punhados” de soldados para defender o solo pátrio, ou seja, Guiné-Bissau, Angola, Moçambique, …
Se alguns tiveram sorte suficiente para chegarem sãos, houve outros menos afortunados. Feridos e estropiados, física e mentalmente, foram milhares e também outros, que chegaram a Portugal (na altura chamava-se-lhe metrópole), de uma outra forma, mais triste, mais dramática, sem vida.

Por terem acontecido já “outras guerras” parecidas na história da humanidade, sabia-se antecipadamente que a guerra de guerrilha era impossível de combater e ser ganha.

A “psico”, ou mais pormenorizadamente, a acção psicológica, dirigida à população africana, mormente a que vivia fora das grandes cidades, foi implementada com alguma inteligência.

Na Guiné-Bissau, essas populações isoladas no mato e que muito contribuíam para a sustentabilidade da guerra, eram bombardeadas com panfletos escritos em crioulo, distribuídos pelas avionetas, relatando algum facto específico à guerra nomeadamente à hipótese dos guerrilheiros entregarem as suas armas sendo-lhes prometido algumas benesses ou mordomias, a que qualquer um gostaria de ter acesso, e muito mais, o guerrilheiro que habitando no mato, passando várias privações e perigos e sem qualquer tipo de conforto. Houve até casos concretos que serviriam de exemplo e incentivo à deserção.














Estes prospectos que aqui vos apresento, foram recolhidos em algumas das acções de investida a acampamentos do IN durante a estadia da C.Caç.2585 (B.Caç.2884) na região de Jolmete, na Guiné… e servem simplesmente como contributo da divulgação do que por lá se fez e do que por lá se passou.

Um abraço
Marreiros Alves (ex-Furriel)


Publicado por
Manuel Resende (Ferreira)


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