22 de agosto de 2015

Post Nº 28 - Venha a Marinha (1)


Manuel Cármine Resende Ferreira
Alf. Mil. Art. em Jolmete (Pelundo – Teixeira Pinto)
CCAÇ 2585 – BCAÇ 2884














Caros amigos da minha companhia 2585 de Jolmete, como está escrito no texto de abertura do nosso blog, este destina-se a publicar estórias passadas em Jolmete ou de quem por lá passou. Assim, apelo a todos os que por lá passaram, inclusive Companhia de Comandos que tinham soudades do cheiro a pólvora, como eles diziam em Outubro de 1969, quando lá estiveram, que mandem trabalhos para publicação aqui no nosso blog. Mas só estórias de Jolmete, porque das outras, já há muitas.

Publiquei, há dias, uma estória do Veríssimo Ferreira, que passou por lá na noite do 1º fogo de artifício em Jolmete. Se este não foi o 1º, qual terá sido? Digam...
E o segundo? Quando terá sido?

Amigo Manuel Carvalho, sei que pouco tempo antes de lá chegarmos Maio de 1969, tinha havido um ataque ao quartel com canhão sem recuo, ainda vimos um abrigo danificado. Será que esse foi o segundo, ou terá havido mais ataques antes?

Neste sentido, vou publicar algumas estórias do Augusto Silva Santos, que em rendição individual da CCAÇ 3306, Companhia que nos substituiu, por lá passou algumas amarguras, mas que por SORTE veio são e salvo.








Augusto Silva Santos
Fur. Mil. da CCAÇ 3306 em Jolmete - (Pelundo-Teixeira Pinto)














1 - Venha a Marinha

A primeira estória que vos passo a relatar, embora não tivesse estado pessoalmente presente, foi-me contada de viva voz por alguns elementos e inclusive pelo próprio protagonista, passou-se muito perto do local onde foram barbaramente assassinados os oficiais que estariam algum tempo antes a negociar a paz no Chão Manjaco, local mais ou menos assinalado de possível passagem dos guerrilheiros do PAIGC.

Sabendo o Comandante de Companhia dessa situação, era habitual mandar emboscar nas proximidades dois grupos de combate (normalmente emboscadas nocturnas), sendo que numa das ocasiões, e já de dia, se estabeleceu mesmo contacto com o inimigo. Se não me falha a memória, nesse contacto foi mesmo feito um prisioneiro que se encontrava ferido. Tendo as nossas tropas ficado durante algum tempo debaixo de fogo, o Alferes que na altura as comandava, apressou-se a solicitar apoio aéreo, sem que no entanto (segundo algumas opiniões) tal se justificasse, pois o contacto teria sido breve e o pequeno grupo do inimigo se dispersado rapidamente.

Ora estando o tal Alferes excitadíssimo (aos berros) a pedir o apoio em questão e, tendo o contacto já acabado, um dos Soldados que o acompanhava de perto sacou-lhe o rádio das mãos e disse alto e bom som: - Já agora mandem a Marinha também!
Como devem calcular, este episódio foi durante algum tempo objecto de comentários mais ou menos jocosos por toda a Companhia.


Jolmete 1971.jpg


Jolmete 1972.jpg

Jolmete Fevereiro 1972 Quartel.jpg


Jolmete Janeiro de 1972 na Tabanca.jpg




30-06-2012
Augusto Silva Santos




Publicado por
Manuel Resende (Ferreira)



20 de agosto de 2015

Post Nº 27 - A minha passagem por Jolmete

Manuel Cármine Resende Ferreira
Alf. Mil. Art. em Jolmete (Pelundo – Teixeira Pinto)
CCAÇ 2585 – BCAÇ 2884














A minha passagem por JOLMETE



Por: Veríssimo Ferreira
Fur. Mil. da CCAÇ 1422 - Pelundo















JOLMETE

Foi em Setº (ou Outº ?) de 1965.
A minha secção estava instalada no Pelundo, zona ainda sem guerrilhas nessa época e daí que pudéssemos passear até Teixeira Pinto e de quando em vez mesmo até Bula, com o jeep colocado à minha disposição.

Ainda hoje reflicto:
Porque será que não me comeram vivo?
Seria porque estávamos protegidos pelo "homem grande" em casa de quem aquartelávamos, na tabanca?
Seria que a nossa missão de lhe guardar o cofre e o recheio, movimentou influências?
Ou seria que tinham mesmo, medo de nós?
Intrigante e de tal forma, que ainda hoje passados "apenas" 50 anos, não encontro respostas.
A comida era melhor do que boa e oferecida...
Nada nos faltava... ele eram galinhas, cabras, porcos,... só para nós o pessoal branco, que eles não podiam comer tal, dada a religião.

Certo dia:
Aparece o meu Cmdt de Companhia... mais o Alferes Simões, o 2º sargento do quadro, Nuno e dois Fur's-Mil, Gualter e Higino e é-me dada a ordem:

- Vem daí connosco que também foste convidado para os festejos em Jolmete.
Fui...nem discuti, mas sem saber da importância de tal decisão.

É que graças a mim foi repudiado o 1º ataque ao aquartelamento (ao que julgo saber).

Chegámos... o cheiro a comes era mais qu'a muito e noite quase a chegar.
E quando nos dispúnhamos a papar:
Começou a fogaracha inimiga e lá se foi o objectivo em causa ou sejam:

- As fracas assadinhas na brasa, temperadas que foram com jindungo;
- Os borreguitos
- Os porquinhos.

Recapitulemos:
"Pela 1ª vez, o quartel é atacado.........."

Organizei-me, procurei a arma adequada para responder a tal situação e lá descobri o meu caro morteiro 60 e um cunhete com 6 poderosas granadas.
Fiz o reconhecimento da zona para onde as enviaria acompanhadas que seriam com os meus cumprimentos, raiva e votos de festas felizes e aí vão elas, uma de cada vez claro.

Não deviam ter conhecimento da letalidade da coisa... acabaram com a flagelação... e ouviram-se gritos de foge... foge. Em boa verdade, até eu fiquei deslumbrado com tanta luz. É que as granadas atrás citadas, em vez de explosivas, saíram iluminantes, mas que os fez tremer e "cavar", lá isso fez. Ainda hoje não devem ter percebido, porque foi que a negra noite, se transformou num ápice, em luminoso dia.

Tínhamos um ligeiro ferido nas nossa hostes, que apanhara de raspão, com uma bala no... na anca, o que lhe causava algumas dores. Não havendo enfermeiro, fiz disso, e após informação conseguida pelo ANGRC9 administrei-lhe uma injecção de morfina. Daí que cinco minutos depois, o Fur. Mil. Indy (assim se chamava) quis iniciar uma perseguição na mata, para se vingar. O guarda-costas do Capitão Corte-Real, "guardava-o" pondo-lhe à frente uma mesa de madeira porque nada mais por ali havia para fazer.

Eu?
Assei uns "xóriços", bebi uns tintos em copo de alumínio e por aí me fiquei qu'o Vat 69 fora atingido e vertera no chão vermeho.






Veríssimo Ferreira
2015



Publicado por
Manuel Resende (Ferreira)




15 de julho de 2015

Post Nº 26 - O 1º Almoço da CCAÇ 2585 e Fotos de anteriores do BCAÇ 2884

Manuel Cármine Resende Ferreira
Alf. Mil. Art. em Jolmete (Pelundo – Teixeira Pinto)
CCAÇ 2585 – BCAÇ 2884














Camarigos,
(Esta palavra foi inventado pelo nosso amigo Mexia Alves, e que facilita tudo, pois quer dizer “Camaradas e Amigos”).
Tomei a decisão de marcar uma data para o nosso 1º encontro, pois só assim saberemos quantos estão interessados e podem ir. Agradeço que me vão confirmando a vossa intenção de estar presentes e o nº de pessoas, para que tudo corra bem. A data que escolhi, 2 de Março de 2016, corresponde ao nosso 45º aniversário do regresso, mas como é em dia de trabalho, poderemos na altura deslocar para o fim de semana  posterior. Depois se verá.
Em relação à marcação agradeço que sejamos práticos, por exemplo: eu e mais três pessoas. Se quiserem indicar os nomes, melhor. Como eu alarguei o nosso grupo “CCAÇ. 2585 – Jolmete” do Face-book para público, é natural que apareçam algumas pessoas que não pertenceram à nossa Companhia CCAÇ. 2585, mas que passaram por Jolmete. Acho que é salutar para podermos trocar impressões do antes e do depois de nós.
Neste contexto, já tenho um grande amigo pessoal de patuscadas cá na zona de Lisboa, que pertenceu à CACAÇ. 1422 de 1965/67 e que passou por Jolmete antes da 2366 (anterior à nossa). Chama-se Veríssimo Ferreira, já membro do nosso Grupo do Face-book e que me prometeu um trabalho, a publicar aqui, com o título: “A MINHA PASSAGEM POR JOLMETE”. Estejam atentos, não percam, pois é muito interessante e bem escrito.
Aproveito esta publicação para publicar três Convívios do nosso Batalhão 2884, pois na altura dos mesmos ainda não existia este blog.

2009 – S. Pedro do Sul, convívio XI, o primeiro em que participei.


2010 – Guarda, Convívio XII


2011 – Régua, Convívio XIII





Manuel Resende (Ferreira)