23 de abril de 2013

Post Nº 11 - Convite BCAÇ 2884 - Fundão

José Rodrigues Firmino
Ex. Sol. Atir. em Jolmete (Pelundo – Teixeira Pinto)
CCAÇ 2585 - BCAÇ 2884














Convite para o XXV Convívio do BCAÇ 2884, dia 01 de Junho de 2013

O XXV almoço de confraternização do BCAÇ 2884 “Mais Alto”, composto pelas seguintes companhias: “2584 Có”, “2585 Jolmete”, “2586 e CCS Pelundo”, no período entre 07 de Maio de 1969 a 02 de Março de 1971, vai realizar-se este ano no Fundão.

Atenção camaradas  do Batalhão 2884 “Mais Alto”:
Mais um ano, mais uma chamada para aquele que será o XXV almoço anual, desta vez a ter lugar na bonita cidade do Fundão, com concentração junto ao Seminário do Fundão às 11horas.

Ás 11horas e 30 minutos celebração da missa pelos camarados falecidos, finda esta seguiremos ao hotel Palace do Fundão para o almoço, chegados ao hotel com alguma conversa pelo meio, uma outra foto para os netos mais tarde recordar. Pede a organização para que façam as inscrições atempadamente, lembrar aos camaradas do norte, que como de costume, sairá de Braga a camioneta com horário previsto para 06,45 horas junto ao antigo “Feira Nova” com paragem em Famalicão na estação de camionagem pelas 07,15 horas e no Porto, às 07,45 horas na Estação do Metro junto ao Estádio do Dragão.

Para o repasto temos a seguinte ementa:
Enchidos da região, rissóis, orelha em vinagrete, pastéis de bacalhau
Sopa de legumes
Bacalhau assado com batata a murro
Lombo à serrana
Salada de frutas e semi-frio
Vinhos tinto da casa e verde branco
Refrigerantes e águas
Bolo e espumante
Café e digestivos: Wisky novo, Carolans, Licor Beirão, Macieira, aguardente velha

Preço por pessoa - 30 roquetadas
Crianças dos 5 aos 12 anos - 15 roquetadas
crianças até aos 5 anos não pagam
Data limite para inscrição, 25 de Maio de 2013.
Fundão Palace Hotel ***
Estrada Nacional Nº 18 – Quinta Nova
6230 – 476 Fundão
Tel. (+351) 275 779 340
Fax (+351) 275 779 349

Para os interessados nas dormidas:
Quarto duplo - 45 euros
Quarto simples - 35 euros
Crianças – 20 euros



Organizadores:

Almerindo Serra Lopes
Américo António Pinto da Costa
Contactos:
Tel. 224 020 024 – 919 227 959

Até lá abraço a todos os camaradas
José Rodrigues Firmino



Publicado por
Manuel Resende (Ferreira)



20 de abril de 2013

Post Nº 10 - Vinte de Abril de 1970 "Triste Aniversário"

Manuel Cármine Resende Ferreira
Alf. Mil. Art. em Jolmete (Pelundo – Teixeira Pinto)
CCAÇ 2585 – BCAÇ 2884


 












Triste Aniversário

Caros amigos e camaradas
Hoje é o dia 20 de Abril. Por acaso alguém se lembra do que aconteceu no dia 20 de Abril de 1970 em Jolmete, precisamente há 43 anos?

O nosso Capitão Almendra, disse aos Oficiais, não sei se a mais alguém, talvez ao Dandi, depois do almoço, que se estava a passar algo de anormal.
Nesse dia iria acontecer uma reunião (a última) para a pacificação do “Chão Manjaco”, entre os chefes do PAIGC e os OFICIAIS do CAOP, num local junto à primeira bolanha a contar do Pelundo para Jolmete, a cerca de 5 Kms do Pelundo. Essa reunião destinava-se a integrar todo o pessoal do PAIGC pelos aquartelamentos da zona, como já estava combinado em reuniões anteriores.

No dia anterior, 19, Domingo, o CAOP esteve em Bula, e ao jantar, o Sr. Major Pereira da Silva recebeu um telefonema, presume-se de Bissau, dizendo que um tal “LUIS” iria estar presente na reunião do dia seguinte. Segundo o que me lembro dos comentários da altura, diziam que ele ficou cabisbaixo, mudo e pensativo.

Só para resumir, o local foi alterado para a segunda bolanha, a 5 Kms de Jolmete. Porquê?
Devo confirmar que ouvi dois tiros por volta das 3 da tarde (e muitas outras pessoas também ouviram).

Foram barbaramente assassinados (pois estavam desarmados) os nossos Oficiais:
Major PASSOS RAMOS
Major MAGALHÃES OSÓRIO
Major PEREIRA DA SILVA
Alferes JOÃO MOSCA
Dois condutores dos jipes e um tradutor (total 7 pessoas).
Não é meu interesse aqui entrar em pormenores, pois apenas quero lembrar a memória destes Oficiais, que devem figurar em todos os escritos com letra maiúscula.

Junto algumas fotos tiradas por mim, mas lamento não ter do Sr. Major Pereira da Silva.


Major Passos Ramos o primeiro à esquerda


Major Osório em primeiro plano


Alferes Mosca em primeiro plano


Alferes Mosca






Manuel Resende (Ferreira)



19 de abril de 2013

Post Nº 9 - Convite BCAÇ 2884 - Fundão

Manuel Cármine Resende Ferreira
Alf. Mil. Art. em Jolmete (Pelundo – Teixeira Pinto)
CCAÇ 2585 – BCAÇ 2884

 













Almoço – Convívio 2013 no Fundão


Recebi há poucos dias do nosso camarada e amigo Pinto da Costa, a carta convite para o nosso convívio, que será o XXV, a realizar no Fundão, no dia 1de Junho próximo.
Ao publicar a carta espero contribuir para uma maior divulgação.









Manuel Ferreira

28 de março de 2013

Post Nº 8 - Uma história de vida

José Rodrigues Firmino
Ex. Sold. Atir. em Jolmete (Pelundo - Teixeira Pinto)
CCAÇ 2585 - BCAÇ 2884














Uma história de vida

Sou José Rodrigues Firmino, presentemente com 65 anos de idade, e aproveito para trazer aqui um pouco da minha passagem pela Guiné Bissau, antiga colónia Portuguesa, enquanto militar.

Decorria a década de sessenta, mais concretamente o dia 7 do mês de maio de 1969, quando no cais marítimo de Alcântara em Lisboa, eu e tantos outros jovens rumamos para a Guiné Bissau, com o objetivo de cumprir o serviço militar obrigatório, numa das ex-províncias Ultramarinas, que com muita mágoa minha, alguns teimam em esquecer ou ignorar.

Na hora marcada, lá estava atracado o cargueiro Niassa, pronto para levar, jovens tirados precocemente aos seus pais, namoradas e até mulheres, rumo aquele País para nós desconhecido, para uma guerra que nunca desejamos e desconhecíamos.


A viagem foi muito dolorosa e atribulada, para começar a alimentação era péssima, as camas ali chamadas de “tarim bulas” eram feitas em madeira, algumas casas de banho eram barracos cobertos com chapas de zinco.


 Cargueiro  Niassa


Chegados à Guiné Bissau lá estavam à nossa espera viaturas militares para nos conduzirem até Teixeira Pinto. Dormimos três noites numa escola, em que os nossos colchões eram simplesmente o chão da própria escola. Após três noites de estadia em Teixeira Pinto outra etapa nos aguardava, durante a noite e mais uma vez viaturas militares levaram-nos até uma lancha onde embarcamos rio acima, para sermos conduzidos para a zona de Jolmete, uma das zonas mais isoladas da Guiné.

Lembro-me que durante a viagem feita de noite, ouvíamos alguns disparos distantes que nos faziam pensar, para onde estavamos a ir e principalmente o que nos aguardava. Por fim chegado a Jolmete (onde estive toda a comissão de serviço), fomos  distribuídos por diversos pelotões, começando ai o nosso tormento.

Todos os dias pensava se conseguiria chegar ao dia seguinte, felizmente cheguei  outros não tiveram a mesma sorte infelizmente.


 Aquartelamento em Jolmete

Mesmo com a nossa juventude, sabendo que tínhamos de lutar, para não morrer, sinto orgulho de ter podido continuar com nosso trabalho, ajudar na melhoria das condições de vida daquelas populações.

Construimos 22 tabancas (habitações), não direi excelentes, mas muito melhores do que as existentes, uma escola, uma cozinha comunitária e uma pequena capela, onde por vezes passávamos pedindo a  Nossa Senhora de Fátima nos protegesse para podermos regressar para junto dos nossos familiares.


 Lutando e construindo

Para além do trauma de guerra, revolta-me o esquecimento por vezes até o abandono a que todos os ex-combatentes estão sujeitos por parte de grande parte da sociedade e muitos governantes em geral.

Desconhecem que muitos perderam a vida, outros regressaram com deficiências, muitos nunca conseguiram ultrapassar o trauma da guerra. Há relatos que alguns ex. Combatentes, para além de estarem na miséria, passam fome.


Adoro o meu País defendi a nossa bandeira, ignorados jamais esquecidos. Tenho pelo povo Guineense a maior consideração e estima estais para sempre no meu coração. Ainda hoje pelo que acabei de trancrever modestamente vamos ajudando o povo Guineense e suas populações com o envio de sementes outros bens, abertura de poços com água potável.

Assim termina o testemunho de alguém que, mesmo contrariado, sente orgulho em ter servido o seu pais, defendendo a sua bandeira.


Fim
José Rodrigues Firmino


Publicado por

Manuel Resende (Ferreira)